quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A Lanterna dos Afogados



Em 1982 e 1984, residi, alguns meses, em Salto da Divisa, Minas Gerais, margem do Rio Jequitinhonha. Um rapaz desaparecera em suas águas. Era Juscelino, filho de Zé Corró. Lembro dele feliz por ter comprado ou ganho patins.
Após dois ou três dias, algumas pessoas colocaram uma vela acesa em uma bacia. Depositaram-na no lugar em que ele afundara, à mesma hora do ocorrido. Começaram a rezar. Deveria ser com muita fé e, pensando no desaparecido, chamá-lo. Ela deslocou-se, ao sabor das águas. Quando ela parou, ali, mergulharam. Encontraram-no.
Eu testemunhara a prática da Lanterna dos Afogados.
Na canção, em sua letra, o autor coloca-se no lugar do morto... “Eu estou te esperando... Vê se não vai demorar...” .

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